terça-feira, 19 de julho de 2011

A qualquer tempo


Eu quero escrever um poema de inverno
enquanto as folhas mudam de cor e caem serenamente.
O tronco, ficando nu, parece grávido de promessas.
Só depois de outra estação haverá poesia.
O frio das horas cala o que foi a mais humilde das sementes
e as palavras são ainda de outono, o tempo sem fim.
Meus versos são brancos, agora ainda mais que sempre
e só um poema saberia as dores de mim.


Márcio Ares. 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário