a beleza maior será segredo guardado?
em qual estrada o mais belo feito nos ilude?
quando a vontade mais linda que tarde?
a fontana de trevi que eu nunca soube?
a imitação barata do clube de bairro onde nasci?
tudo enquanto pode, num tempo além de agora, esse lugar mais sem onde
e, a cada voz que dói, meu coração responde
senão quando, o futuro das horas
no meu querer mais longe daqui
perguntando, sempre, o instante em que a gente
saiba mais bonito o tempo de existir
Márcio Ares. 2016
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
PARA AS TARDES DE UM FILHO
Mãe
tem um jeito bonito de catar feijão!
É que meu pai xinga, sem dentes,
a pedra no meio dos grãos.
Ela refoga na gordura de porco e
no alho cheiroso da horta
amassado igual o pão de Maria
esperando José pra jantar.
Fica bonito o amor em minha mãe.
A alegria das mãos faz o tempero
da alma.
E eu fico até com fome de
saudade.
Márcio
Ares. 2016
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