Há os que levam a vida e não param para amar.
E há os que sabem da vida:
não ficam passados, não vivem parados, não vão à deriva.
Assuntam as águas, ajeitam seus barcos, precisam seus medos
e aprumam coragem porque hão de voltar.
Márcio Ares. 2012.
quarta-feira, 9 de maio de 2012
QUASE LEMBRANÇA
Um homem precisa de coragem pra sorrir.
A gente nunca sabe as dores de muita história.
Dias de ausência, repentes da sorte, destemor de partir
e uma penca de filhos cada vez maior.
Uma espécie de saudade faz voltar o tempo
feito a incerteza mais forte não fosse a hora presente
onde tudo pode existir contente,
lembrança longe da morte.
Márcio Ares. 2012.
A gente nunca sabe as dores de muita história.
Dias de ausência, repentes da sorte, destemor de partir
e uma penca de filhos cada vez maior.
Uma espécie de saudade faz voltar o tempo
feito a incerteza mais forte não fosse a hora presente
onde tudo pode existir contente,
lembrança longe da morte.
Márcio Ares. 2012.
ORFANDADE
A alegria anunciada chegou e partiu.
Esteve comigo feito a chuva que ora se inicia e daqui a pouco se acaba.
Agora é só o tempo nublado e nenhuma vida.
As águas de março desbotam o azul de abril
onde nada é certo, nada é urgente, nada.
Fazem tardar a primavera o outono e o repentino frio.
Depois, quem sabe, dê-se o milagre da promessa
e um pouco de Deus
para a humanidade que ainda existe.
Márcio Ares. 2012.
Esteve comigo feito a chuva que ora se inicia e daqui a pouco se acaba.
Agora é só o tempo nublado e nenhuma vida.
As águas de março desbotam o azul de abril
onde nada é certo, nada é urgente, nada.
Fazem tardar a primavera o outono e o repentino frio.
Depois, quem sabe, dê-se o milagre da promessa
e um pouco de Deus
para a humanidade que ainda existe.
Márcio Ares. 2012.
QUEBRADO
Era uma noite de suor trêmulo. Pedia-se perdão.
Com um jeito menino mais bonito
encostava-lhe a cabeça no peito
e todo o amor se podia.
Devagar, o medo de alguma inquieta escuridão
alcançava o chão da sala, o quarto nu,
os poros silenciosos se encharcando
até o medo da traição.
Os nervos sabendo o incerto, o âmago, o desespero
e duas vidas sempre tão perto
doíam em dois a inquietação.
Com amor pode-se tudo, inteiro
para entender bem a razão que pode ser
ou bem pode ser que não.
Márcio Ares. 2012.
Com um jeito menino mais bonito
encostava-lhe a cabeça no peito
e todo o amor se podia.
Devagar, o medo de alguma inquieta escuridão
alcançava o chão da sala, o quarto nu,
os poros silenciosos se encharcando
até o medo da traição.
Os nervos sabendo o incerto, o âmago, o desespero
e duas vidas sempre tão perto
doíam em dois a inquietação.
Com amor pode-se tudo, inteiro
para entender bem a razão que pode ser
ou bem pode ser que não.
Márcio Ares. 2012.
PARA O SILÊNCIO DO MUNDO
Entre nós havia uma certa distância,
um jeito de não se exibir.
Gostávamos calados.
O amor tem disso.
Outras horas, nunca éramos o mundo.
Éramos só nós, imensos e grandiosos.
Juntos, somente isso.
Só nós.
Márcio Ares. 2012.
um jeito de não se exibir.
Gostávamos calados.
O amor tem disso.
Outras horas, nunca éramos o mundo.
Éramos só nós, imensos e grandiosos.
Juntos, somente isso.
Só nós.
Márcio Ares. 2012.
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