sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sem limite a desrazão

O semelhante imaginado no invento fértil da coisa
No olhar e na escrita do pai, a inteireza da façanha
O bom tomado à maldade no contraponto razão

Ânimo guerreiro, asteador de espadas, para além da imagem
Avança contra o embaraço, o braço, o cavalo que não se cansa
O reinvento do engano, a coragem que falta, o desarranjo

Discrição, prudência, qual o quê? Desimportantes vontades.
Proveitoso é o rumo e toda a hora da estrada, a fábula,
a memória do confronto, o que se conta e se guarda

A exata incerteza na aventura se diz e se basta
O erro é maior vantagem, são planos, coragens.
O medo mais faz distância que lutar o combate

Ajustam-se o entendimento humano, o modelo da história,
a prosa plena, abastada, a escritura insana, o não silêncio,
a valentia segura, o amor de aldeia, o doce amor à distância

Fascinante investida no arranjo do longe, o caminho rompido,
e a fala de um homem, no avesso invertido, em luta, a galope,
Um Cervantes na obscura razão do sonho, a estranha vida.

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