sábado, 9 de julho de 2011

Simples e urgente


Quando poderei dizer ao mundo, senão agora,
Ok, você venceu?
O que é o mundo, além do que se vê
 e de quem sofre sem saber, feito eu, a mínima hora?
Quando, por descuido ou veleidade, estarei menos louco
(ah, sim, porque é preciso estar sempre louco)
ou lúcido a perguntar,
quando poderei dizer ao mundo
que a vitória, não menos que a verdade, é de ninguém?
Interroguem os astros, icem as velas dos barcos,
tomem povos, plantem bandeiras, inventem palavras e poderes,
comprem armas e outras armas e mais armas
e matem a si mesmos depois que o mundo não bastar
para a insanidade da poesia inexistente,
da fé desfeita e do amor assassinado.
Será possível que nunca, em nenhum momento, nenhuma inteligência se pergunte
se ainda há tempo de vencer diferente
e prover a toda gente um futuro
em que viver seja seguro
e não a loucura que tem sido sempre?
Será para nunca esse quando?
Será para sempre essa dúvida?


Márcio Ares. 2010.

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