sábado, 9 de julho de 2011

De muito sempre



Eu, coração estrangeiro, reinauguro São Paulo.
O asfalto, agora, tem nome, tem placa,
tem santo cruzando o Ipiranga no grito de um outro poeta.
Um canto cumprido no encanto, qual eco, mil vozes te falam.
Teu verso, coração da garoa, teu fardo, a cidade
São Paulo, santo, tanto, senhora elegante, sempre São Paulo

E se acaso me chamas atendo de pronto aos teus muitos anos
de sérias conversas, glamour, passarelas, encontros com o mundo,
pedaço de céu, teus arranha-céus invadem meus sonhos
e aos portos de longe se misturam pontes, ao longo da vida, ao point do eterno.
Planta no assombro tuas avenidas, oh, mar inquietante, cidade bonita
Acolhe a poesia, o que somos, platéia cativa, teus muitos amantes

Desfila o subúrbio teu charme ao inverso.
Caminha o futuro por tuas entranhas, meu santo, o mais puro concreto.
Arde a arte e cobre de febre o olhar mais de perto, urgente certeza,
paulistana cor, a cidade das horas, a beleza com pressa
a gente que chove e que chora  a promessa mais grande
o calor ausente, o longe deserto


Márcio Ares. 2010.

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