domingo, 5 de junho de 2011

Pouco a pouco


É medieval a dor deste poema
fiel às tribos redescobertas Brasil.
Seu cocar é livre, seu braço é forte, arco de cor
muito além de qualquer escrito

Inimaginável este verso proscrito
se em minhas veias grita a morte séria.
A liberdade requer outra ilha
o amor trazido para a descoberta

Há minha voz e este desencanto.
Uma canção ancestral reverbera em mim.
Ouço as pancadas, sei dizer a dor
reconheço as vozes que adormecem comigo
descansando o grito de não morrer

A língua antepassada incendeia a manhã
como Jacairá escolhendo os encantados que um dia compuseram a Taba.
Mil almas sabem, sem erros, este canto que não dorme.
Depois de todas as tribos ainda sou daqui
Existe, e conheço, o esquecido
Arco, flecha, liberdade


Márcio Ares. 2005.

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