sexta-feira, 10 de junho de 2011

Parisiense



Um jardim da França é capaz do silêncio que não se ouve mais.
O silêncio de pássaros e coelhos no recomeço das folhas.
O silêncio do verde a renascer do inverno.

O jardim silencia a grande cidade na paz repousante e solitária.
Só eu sei dizer o exílio deste banco, triste pouso por entre ramagens.
O frio aquieta o avesso e o verso da minha guerra.

Uma velha passa com o seu cão - só os cães sabem ser fiéis.
E eu me visto de uma saudade colorida, renovada como o caule que agora se desdobra,
guardando memórias, o silêncio da espera.


Márcio Ares. 2008.

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