quarta-feira, 1 de junho de 2011

Naufragado


Minha alegria ficou de noite quando você não veio.
O que era muito ficou muito sem jeito.
Meu amor encheu-se de um vazio escuro.
Meu olhos ficaram porta, janela, estrada e medo.
Minha esperança, pálida e miúda, foi ficando sozinha comigo,
puro desamor, o fundo escuro do mar.
Na razão encoberta, que mais dói ausência, 
mergulhei sem norte
para a estranha sorte daqueles olhos
a superfície clara de algum lugar.



Márcio Ares. 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário