quarta-feira, 1 de junho de 2011

Ditim


Nunca tive um dito na vida.
O Urucuia eu aprendi sozinho. Nem Rosa nem João.
Quando a beira do rio era medo, o caboclo d’água quase me engasgando o grito,
eu era só pernas.
Não entendia nunca.
Ninguém explicava história tão só, o mundo esquisito, o muito depois.
Mas o que eu via era tudo meu, guardado por amor, não sei como, até doer.
Se eu tivesse dito na minha vida
eu enxergava puro, sem saber.



Márcio Ares. 2009.


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