segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pássaro mais bonito



Meu irmão, aqui sentado,
pertinho, feito alguém que, bem do meu lado,
olha com outros olhos a mesma estrada que eu vejo agora
pensa em Belém, Norte acima, Rio abaixo.

Essa lembrança me cansa, talvez mais que a mais ninguém.
Não sei como vem esse longe que lhe basta
e que seu amor alcança à visão de um negro pássaro..

Mas não é minha a saudade.
Não sei dessa estrada o que ele sabe.
Lá, eu não deixei nada, além das águas.
Lá, eu não amei ninguém.
Talvez um mercado, um par de asas,
um pássaro de querer bem. 
 
Márcio Ares. 2011.

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