eu sou a ilha perdida de que se ouve falar
um tanto afastada de um remoto continente
com falhas geológicas muito antigas em quase
erupção
construções silenciosas e inabitadas
- senão por um ou outro vigilante muito donos
do olhar -
misteriosos e grandes ímãs invertidos
tudo quase incompreensível
não fosse um milagre qualquer de se querer
conquistar algum raro ou inesperado visitante
aqueles de infância bonita e histórias boas
de contar
que chegam e nos arrancam das pedras
e para além, muito além do iminente
desastre,
nos tornam seres ainda possíveis
com um mínimo jeito de amar
Márcio Ares. 2017.
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