quarta-feira, 30 de agosto de 2017

DE TÃO ETERNO

depois do acaso do encontro com o teu espírito antigo,
teus olhos blindam os meus contra toda a maldade do mundo
todo o escuro que era ou que um dia se fizesse
tudo que eu não amava porque não sabia, toda a minha falta de rumo
desamor, ânsia, desespero, remédio que nunca dera jeito
à desalegria em meu peito, defeitos meus, descrença, tédio

depois, quem sabe, o acaso que pode ou que deve
trouxesse de volta, com a pressa urgente na qual se reconhece
a existência maior de não amar pequeno,
um amor seguro de ser mais bonito
para a vida que eu trazia, inútil e vazia, sem tudo que  tu eras

e porque muito lindo  o momento em que vieste
anuncia-se, agora, o mundo ao meu olhar perdido
e os meus olhos se vestem de uma saudade infinita
e da promessa de até nunca mais sozinho
depois que, ainda ontem, comigo estiveras


Márcio Ares. 2017





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