segunda-feira, 2 de março de 2020

ARREPENDIDO


não sei se eu quero isso da poesia
dor e alegria atravessando
medo, vontade, o ser infinito
a voz que não reparte
e engole cada ferida
o líquido, o susto, o distanciado
a ideia vindo, vindo, vindo
quando eu, de novo e de novo e de novo,
morto e vivo a caminho
dessa alegria que finge
desse horror que bate
dessa dor sozinha

Márcio Ares. 2019

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