quinta-feira, 13 de outubro de 2016

MORNO QUE EU TE VOMITO


mistura uns dois quilos de vida a um grama de sorriso triste
raspinhas de Adélia Prado a uma pitada de Nietzsche
essência de rosa do grande sertão
uma boa dose de vinho sangue
fermento de versos bem antigos
com a cor da clara dos olhos que vigiam

marca na alma o tempo da espera
depois de untar a forma com o mel da poesia
vê crescer as dores do ofício
e, até o limite do invento mais velho,
come com os dentes enquanto quente ou frio
para que estejas comigo

Márcio Ares. 2016

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