Sustento o vício de amar demais, meu pai
Invento as idas, barco a vela, o cais
Manhã que espera o sol em alto mar
Eu, eu lanço a rede que o pai ensinou
Eu sei a força que refaz o amor
Eu sirvo a mesa deste meu lugar
Eu, sou moço ainda não conheço a cor
De outras terras sou um pescador
Navego as águas do sem fim do mar
Mantenho o ofício de aguardar maré, bem sei
Ver o sinal que a onda não desfez
Saber o olhar, o instinto, a hora H
Volto pra casa, o acaso é lar, é tarde, os meus
Descanso a alma, a noite, o céu, a vez
De aguardar outra manhã de mar
Márcio Ares. 2003.
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