MOI DRUGUE*
*em russo: meu amigo
passei, hoje, por ti
sereno, belo gigante
aqui distante, vestido de branco e frio
arrancavam de teu ventre, eu vi,
múltiplo e árduo, o milagre do peixe
para atender a fome
e enquanto de ti levavam
encanto, cria, cor e tanto
tu te aquietavas tão firme
além da cidade, do homem, do inverno
ao longo da terra por ti vencida
tornavas espessa a margem que eu via
o lugar da beleza, em dia tão curto,
saudava meus olhos ao meio do dia
e dormia comigo à janela do quarto
sem perder-se de vista
passei, hoje, por ti, camarada, amigo
voltei para este verso
forte, seguro
Volga, Volga, em ti busco ainda
um homem sábio feito rio
profunda a alma, extensa alvura
a própria vida
Márcio Ares. 2006
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