Esteja comigo o meu demônio para a força que
o anjo não deu.
Resolva-se em mim o caminho, ainda que ao
longe se indefina a direção que eu mereça.
Coragem me tome, nesse instante, para
entender o peito acelerado, submisso ao olhar do outro, feito a hora que se
perdeu.
Fé para todos os infernos que me queimam para
que eu me creia sujeito.
Antes da morte, a vida completa, a mais
diversa resposta, o que sei e o que não sei.
Esteja comigo a ímpia alegria que fuja ao
mistério inventado de céu e porquês.
Recolham-se comigo os interessados em
possíveis e poucos amigos, a título de graça e bem-querer.
A estiagem dos tempos cresta a minha crença e
a realidade nascente
onde ainda bebe o sonho, às margens do
desespero.
Até as almas se enervam com o aparente acaso,
no desencontro com o milagre em mim não acontecido,
ante tudo que se perdeu.
A guerra que eu travo comigo arde feito fogo
amigo
no escuro em que eu existo sem Deus.
Márcio
Ares. 2012.
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