Eu
tive tanta certeza de que voltarias
que
não te dei meu número, meu braço,
não
te dei minha agenda só com o teu horário
todo
o meu tempo
não
te dei meu fígado, meus rins, meu baço, pulmão
não
te dei um mapa para o retorno dos passos
só
o mais feliz momento
não
te dei, eu sei, entende, perdoa, nenhuma garantia
só
meu coração
e
fiquei só com a minha vida sozinha
O
que te pertence, então, ficou um tanto comigo
mas
guardei mais fundo aquele teu sorriso
ou
tudo que eu invento
com
a vontade plena de nunca dizer não
Márcio
Ares. 2012.
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