Invisto
no vício da pátria, do que o leão me tomou e nunca mais foi meu.
Avanço
no ranço do ódio, até a revolução.
Liberdade
minha, palavra tardia,
encoberta
de ouro e inconfidências na sorte de um outro caminho.
Minha
conta no vermelho, o aumento que não veio, o preço do pão.
O
canto que desencanta o estribilho, o rumo da prosa que não tem mais rima,
um
tal destino sem vida, marcado de muito amanhã,
a
palavra que só duvida, o medo que teme dizer não.
Tenho
estado em dia com o mundo, em dívida com Deus.
Razão
magoada sabe a estrela que se apaga, esperança vã.
E
a oração engana o roubo do mel, o pouco brilho da razão
no
real concreto que desfaz o céu.
E
o leão ruge trombetas, mês a mês, até o amargo do fim.
O
que resta pra mim é pouco mais que paixão, é desleixo acostumado,
uma
bandeira sem nada, um lema cruel, um tapa na cara,
pátria
de um homem marcado, com o que se diz e não diz.
Márcio
Ares. 2012.
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