sábado, 1 de setembro de 2012

DESMEDIDO


Não precisa imaginar um vício, sem conforto
Não me queira com força, mas com gosto
Me faz pequenas carícias, mais do que eu preciso
Beija o meu umbigo
Lambe o meu pescoço
Me deixa louco, mas com jeito
Amarra-me com o cinto, mede a minha força
Fala ao meu ouvido um verso de improviso
Engole a minha língua, come a minha boca
mama o meu mamilo que eu também tenho peito
Me empurra ao paraíso, onde a fruta é pouca
E muito me sustenta até querer de novo
Depois disso, grita pelo amor
E agradece o gozo depois de outro gozo
Porque Deus já disse que é pra vida toda

Recomeça o dia com a cabeça tonta
Enquanto a alma sabe a febre, o gosto,
o prazer do socorro, o escândalo pronto
querendo na pele, no pelo, no mais recôndito,
o que pode ser vício desde muito antes
o que pode o corpo

 
Márcio Ares. 2012.

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