Não
precisa imaginar um vício, sem conforto
Não
me queira com força, mas com gosto
Me
faz pequenas carícias, mais do que eu preciso
Beija
o meu umbigo
Lambe
o meu pescoço
Me
deixa louco, mas com jeito
Amarra-me
com o cinto, mede a minha força
Fala
ao meu ouvido um verso de improviso
Engole
a minha língua, come a minha boca
mama
o meu mamilo que eu também tenho peito
Me
empurra ao paraíso, onde a fruta é pouca
E
muito me sustenta até querer de novo
Depois
disso, grita pelo amor
E
agradece o gozo depois de outro gozo
Porque
Deus já disse que é pra vida toda
Recomeça
o dia com a cabeça tonta
Enquanto
a alma sabe a febre, o gosto,
o
prazer do socorro, o escândalo pronto
querendo
na pele, no pelo, no mais recôndito,
o
que pode ser vício desde muito antes
o
que pode o corpo
Márcio
Ares. 2012.
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