Tanta
lei não vale o vício do olho, não basta à crença do velho,
não
sabe a força da força.
Enquanto
não se faz o bem, fica vazio o conceito, fica invenção a palavra,
fica
tudo o mesmo jeito.
Mas
inventar, meu pai me disse, é ter respeito com as margens,
construir
sem medo, evitar cicatrizes e, muito, muito mais, viver.
O
que se diz há de ser dito com zelo.
A
palavra esconde o perigo, destrói o mais bonito que ainda pode ser.
Ademais,
a lei é para o além do escrito.
Não
basta o livro, mas quão livre é quem o lê.
Márcio
Ares. 2012.
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