sábado, 1 de setembro de 2012

DESORIZONTADO


Dói-me tanto morrer que eu nem vivo
Sou puro horror e motivos
O mais óbvio desatino
O imprevisto por acontecer
Um homem triste de dar dó
Um descrente menino

Nenhuma alegria me comove
O dia tarda um longo e incerto caminho
Até a noite mais longa e menos certa
De sombras e arrependimentos
Porque hoje, igualzinho a ontem,
Não fui capaz de entardecer com as horas do tempo
E envelheci muito antes
Como faço, desde sempre


Márcio Ares. 2012.

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