Ergueu-se algo na contramão do meu dia.
Na altura dos olhos da avenida,
um braço erguido, um livro na mão e uma voz inaudível
fizeram dar-se qualquer coisa estranha.
Feito um canto e uma bandeira na alma de um viajante,
há muito, distante de sua terra primeira,
eu, que voltava senão da aventura de ser livre,
ali, na esquina das pistas,
soube Dele, a única hora, a imagem santa.
Chorei minha vida, como nunca não, nos moldes de quem sofre e ainda crê na alegria.
Encharquei-me de lágrimas, feito quem desconfia do perdão,
mesmo ante aquela verdade corajosa
sob um árido sol de meio-dia.
E eu, só, remoendo comigo a minha falta de fé.
Vê, lá, se aquilo eram horas!
Deus é coisa muito esquisita!
Márcio Ares. 2011.
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