A planta, muda, esperando palavra
e eu, pensante, mato cortado.
Lá fora, um sol brilhante asteado.
E minha alma a meio mastro.
Sou este ser rastejante no escuro, triste e obsoleto
quando os galhos murchos, na varanda,
rimam com o céu azul desbotado
nesse poema sem inspiração, arrastando-se,
feito lagartas que nunca chegarão a borboletas.
Oh, descrença, meu Deus!
Ficar inventando asas para a minha natureza.
Quero um buraco, a casca seca das árvores,
uma casa de barro, sem terreiro,
com um velho galho encostado.
Querer desse jeito é querer, reconheço,
demasiado
essa manhã de tristeza
essa coragem pra nada.
Márcio Ares. 2012.
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