No exercício contido e silencioso da minha loucura
reconheço o caminho divergente de outras felicidades.
Meu olhar se curva à mais estranha coragem dos que se aventuram
e sofre o mar parado de angústias ancoradas neste meu pequeno barco.
A liberdade em mim é que não me cabe
e nunca tarda a incessante busca de tudo que eu não sei e nenhum outro homem sabe.
Esse lugar inexato de dúvidas e assombros é de uma dor sem tamanho
onde nem Deus é nome que se imponha absoluto
na incerteza que também ganhou este e muitos outros nomes.
O amor que se entenda seguro desampara o invento de ser mais humano
porque o puro sentimento não aplaca o desconforto insano de não saber
e não entender nunca o desalinho além da curva.
E enquanto viver seja este presente inseguro, ausência de origem, razão ou destino
a loucura se acomoda, entre o risco e a coragem das possibilidades,
e reina, pesado, o silêncio contido da minha desventura.
Márcio Ares. 2014.
Vi muita coragem nos riscos traçados pelas suas linhas (per)corridas. =]
ResponderExcluirObrigado, querida Aline. Autor e narrador se curvam ao seu entendimento. E obrigado pelo pouso do seu olhar em meus escritos. Beijo na alma!
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