Se eu pudesse entender os feitos do poeta
diria que ele amou por toda a noite
sentou-se, pela manhã, num bar quase nem aberto
num bairro discreto de Belo Horizonte
e bebeu café.
Espirituoso, disse uma coisa qualquer à garçonete, talvez até num outro idioma.
E ali mesmo, no drama de olhar atento, escreveu um poema
como se em Paris estivesse.
Reinventando a vida, feito um mágico indormido,
o que não se entende é essa noite às avessas,
a insônia do invento,
esse truque de versos.
Márcio Ares. 2011.
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