domingo, 11 de outubro de 2020

O MAIS LONGE DA VIAGEM

 

o que eu sou, o que eu vivi, o que eu tenho

é tudo meu, só, nunca de mais ninguém

a inocência perdida no desaviso dos repentes

a alegria concebida com os meus pecados

a ternura endurecida com o horror dos maus

a alegria que chora e que ri

a raiz da cicatriz exposta

as muitas vidas e as pequenas mortes de cada dia

os amores indivisíveis tecidos entre os dias de acaso, destino ou sorte

a rima, o verso, a estrofe que eu rabisco agora

tudo que eu sou

tudo que eu vivi e tenho

e levo comigo, só, sem mais ninguém

 

Márcio Ares. 2020.

2 comentários:

  1. parabens querida criança,quando lhe conheci ja sabia que seria grande/ abraços eternos

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    1. Não tinha visto o comentário-elogio. Obg. 🤭😁🙃😉😘

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