descoberta,
entre os homens de ar fétido e insone,
a mulher negra
de grandes tetas negras
pensa alimentar
o filho homem de ar fétido e insone
que pensa
alimentar-se do amor sem fome
enquanto a
morte, incolor, já esquecida de outro nome escandalizado,
vigia, atenta e
esperançosamente, a vila rodeada de homens e mulheres e crianças
que já nem
sequer são
ao longe, arde o
árido nos olhos até muitos outros longes
onde, iguais e
mortalmente vigiadas, outras vilas fétidas e insones
com suas parcas
crianças, suas negras de tetas secas e seus minguados homens
aguardam o
milagre do toque das sirenes que recolham os tanques
e eles possam
colher as minas plantadas depois da estação de muitos anos passados
para o vermelho
sangue de dentro que os iguala
feito os
milhares de outras mulheres, outras crianças e outros monstros
sob a cor do
maior mal mais irreal dos homens
que se matam
Márcio Ares.
2018
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