um poema não acaba a guerra
não recolhe os feridos
não explica a morte
um poema não redime a culpa
não condena ao escuro
não pretende julgar
um poema é a coisa da graça, o altar do castigo
um acaso divino, um demônio vivo
um jeito de olhar
um poema tem muitos nomes, palavra diversa, lei, sentimento, mistério
não escolhe a gente a que se destina
deseja a sorte de um outro lugar
celebra a vida, diz nossos mortos
perdoa as horas daqueles que não podem
saber a poesia que o poeta sofre
sofrer a alegria de bem mais amar
Márcio Ares, 2016.
não recolhe os feridos
não explica a morte
um poema não redime a culpa
não condena ao escuro
não pretende julgar
um poema é a coisa da graça, o altar do castigo
um acaso divino, um demônio vivo
um jeito de olhar
um poema tem muitos nomes, palavra diversa, lei, sentimento, mistério
não escolhe a gente a que se destina
deseja a sorte de um outro lugar
celebra a vida, diz nossos mortos
perdoa as horas daqueles que não podem
saber a poesia que o poeta sofre
sofrer a alegria de bem mais amar
Márcio Ares, 2016.